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Culto on-line é culto?
O momento atual de pandemia e quarentenas tem nos ensinado a usar novas estratégias para que a Igreja continue cumprindo a sua missão com eficácia, ao interagir pastoralmente, através de cultos transmitidos pela internet. E a pergunta que alguns têm feito é – esses cultos possuem valor semelhante aos realizados com a presença dos membros no templo?
A resposta requer avaliação da própria Palavra de Deus, considerando-se também os símbolos de fé abraçados pela Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), conforme a Confissão de Fé de Westminster (CFW). Primeiramente, importa saber que o culto a Deus é fundamental para a saúde espiritual de uma Igreja (e de seus membros individualmente) e que a sua falta, ou mesmo a negligência da sua prática, configura uma grave ofensa a Deus, conforme vemos em Gênesis 4:1-7 e em Êxodo 20:1-8. E, como afirma a CFW, Cap. XXI-I, deve seguir as prescrições divinas reveladas nas Escrituras.
A Bíblia indica que o culto a Deus pode ser realizado e oferecido no (1) âmbito pessoal (Jó 1:5; Lc 2:37; At 24:14; Rm 12:1); (2) no âmbito familiar ou em casas (Dt 6:2, 4-7; At 5:42, 20:20; 1 Co 16:19; Cl 4:15 e Fm 2); e (3) por meio de reuniões públicas (Is 56:7; Ml 1:11; At 20:7; 1 Co 11:17-22, 14:23; Hb 10:24-25). Isto independe do local, porque transcende o espaço, visto que a adoração a Deus é “em espírito e em verdade” (Jo 4:22-24; CFW Cap. XXI-VI). Esse é o entendimento do Supremo Concílio da IPB (Princípios de Liturgias - PL/IPB Arts. 7 a 10, e Carta Pastoral e Teológica Sobre Liturgia, p. 4). Assim, são considerados corretos os três ambientes de culto – pessoal, familiar e público. E são elementos autorizados por Deus nos cultos (CFW, Cap. XXI.III-V; PL Art. 8): a sã pregação da Palavra, as orações, o canto de salmos e hinos, os votos, os jejuns, os juramentos religiosos, as ações de graças em ocasiões especiais e a entrega e a consagração dos dízimos e ofertas. A única distinção que se faz entre o uso desses elementos é quanto aos sacramentos (Batismo e Ceia), que devem ser administrados por ministros da Palavra, legalmente ordenados (CFW XXVII.IV; CI/IPB Art. 31a).
O uso da internet é apenas um meio para orientar os cultos nos lares. A própria IPB assim o define. Porém, isto não elimina a reverência pela qual o culto familiar deve ser conduzido. Todos devem proceder exatamente como se estivessem no templo, participando ativamente das orações, leituras bíblicas, cânticos e ouvindo atentamente as pregações, evitando quaisquer distrações e movimentações desnecessárias.
Por fim, em contextos excepcionais de pandemias ou perseguições religiosas, deve ser incentivada a transmissão dos cultos pela internet ou outro meio eletrônico, para orientar aqueles que se encontram privados dos cultos presenciais. Todavia, eles devem ser diligentemente preparados e reverentemente conduzidos, evitando-se elementos biblicamente estranhos, introduzidos pela criatividade e imaginação humanas.
Nos tempos de normalidade, recomenda-se a congregação da membresia no templo, local preparado para a união do povo que Deus mesmo santificou e aonde a bênção do Senhor repousa de modo especial (Sl 133).
Pr. Ericson Martins
https://linktr.ee/ericsonmartins
Obs.: Este texto considerou o contexto da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Deus cuida do Seu povo, inclusive na fornalha
“Por amor do meu nome, retardarei a minha ira e por causa da minha honra me conterei para contigo, para que te não venha a exterminar. Eis que te acrisolei, mas disso não resultou prata; provei-te na fornalha da aflição. Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a outrem” (Isaías 48:9-11)
Deus permitiu que Israel fosse colocado na fornalha da aflição para refiná-lo, não para exterminá-lo. A Sua honra foi (e é) preservada quando o povo passou por dias indesejáveis. Mesmo assim, Deus tratou Israel com graça, quando mereceu passar por uma punição muito mais rigorosa, mas foi misericordioso ao retardar a Sua ira, assim como, por meio de Jesus Cristo, foi misericordioso para conosco, pecadores, nos salvando da condenação eterna, pela graça, e nos santificando, mesmo através das aflições, para nos fazer lembrar e aprender, definitivamente, que somente Ele é a força e solução para o Seu povo - Ele não compartilha esta glória com ninguém!
Israel foi provado na fornalha do exílio, para que retornasse à Judá com a fé mais refinada. Isto foi necessário porque o povo havia se esquecido do Senhor, servido os ídolos deste mundo e se rebelado (v. 5 e 8). A disciplina foi por amor, para despertar e elevar a confiança povo no verdadeiro Deus, o único que poderia e pode suprir as necessidades daqueles que nEle se refugiam.
Se estamos passando por provações, consolemos nossos corações e uns aos outros, pelo propósito que Deus tem através delas. Sendo assim, que venham, pois Deus continuará sendo Deus e refinará em nós uma fé mais pura e mais bem direcionada.
Deus está conosco, não há o que temer! Portanto, quando a pobreza entrar em nossa casa, podemos confiar que o Senhor é o nosso Pastor, nada nos faltará. Quando a doença chegar (e chega), podemos confiar que o Senhor é poderoso para nos curar e livrar a nossa alma das dores eternas. O que quer que aconteça conosco neste vale de lágrimas, lembremos que não éramos povo, mas agora somos o povo de Deus, não tínhamos alcançado misericórdia, mas, agora, alcançamos (1 Pd 2:9-10).
Podemos passar por provações e pela vontade de chorar, quando não choramos, mas o Senhor nunca nos abandona, pelo contrário, nos refina, nos santifica do pecado da idolatria e rebeldia, nos edifica, nos une, nos conduz a uma vida de gratidão e adoração verdadeiras, nos faz perceber a diferença entre o que é terreno e passageiro daquilo que é eterno, a valorizar as experiências simples da vida, a reconhecer o prazer de um abraço fraterno e nos alegrar quando nos reunimos em cultos públicos.
O Senhor nos visita em lugares desolados e nos diz nos vales sombrios: “Não temas” (Dt 1:21, 31:8; Js 1:9; Sl 23:4), porque Ele está sempre conosco! Não temamos, o Senhor é por nós (Rm 8:31) e ninguém pode arrebatar-nos das Suas mãos (Jo 10:28). Em todas as nossas provas de fogo, a presença dEle é tanto o nosso conforto como a nossa segurança. Ele nunca nos deixará.
Neste dia, apesar das nossas presentes aflições, agradeçamos ao Senhor por Sua mais presente proteção e provisão espiritual. Por causa da Sua honra Ele tem retardado a Sua ira em face das justas consequências dos nossos pecados, nos dado a chance de passarmos pela fornalha da aflição e sairmos mais confiantes e mais comprometidos de quando entramos nelas.
Assim, consolemos uns aos outros com estas palavras!
Pr. Ericson Martins
Rendei graças ao Senhor
Nosso Deus e Pai
“Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (Fl 4:20)
A Bíblia nos apresenta Deus como sendo o nosso Pai, pela fé em Jesus Cristo, não apenas como Criador, mas como aquele que ama, disciplina, educa e sustenta, muito mais que qualquer figura humana de paternidade.
Nossos pais são ou foram indiscutivelmente importantes para as nossas vidas, mesmo aqueles que não souberam ou não conseguiram atender todas as nossas expectativas, mas Deus, como Pai, é insuperável em Seu caráter e cuidados para com Seus pequeninos, como eu e você.
Ele é a Fonte constante de força, sabedoria e esperança para pais humanos, em todos os lugares, suprindo as necessidades que, nas suas imperfeições, jamais conseguiriam. Estes, sobre quem o poder do Espírito Santo fez filhos de Deus, devem reconhecer a Sua paternidade e lhe oferecer toda a glória, não somente hoje, mas para sempre!
“Amém!”
Pr. Ericson Martins
O poder arruinador da soberba
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pv 16:18).
De acordo com a Palavra de Deus, a soberba é profundamente destrutiva para a vida de qualquer pessoa. Existem algumas razões que nos parecem óbvias, as quais apresento aqui:
01. A soberba humana é idólatra, faz pensar que somos únicos, insubstituíveis, que todos são nossos dependentes, que sem nós tudo fica comprometido ou desqualificado, ela supervaloriza o homem em suas qualidades e ofende o testemunho sobre quem é Deus, o Senhor da história, o único moralmente perfeito, soberano em obras e digno de receber todos os louvores;
02. A soberba é egoísta, contrária a mutualidade que caracteriza o cuidado de uns para os outros, como os membros de um só corpo;
03. A soberba é enganosa, porque tira do indivíduo a consciência de que o “mundo dá voltas” e que está tão vulnerável a queda quanto aqueles que caíram com a ajuda das suas insinuações maliciosas ou legalistas;
04. A soberba é rebelde, está sempre desconfiada e armada contra os outros, resiste reconhecer e se submeter às autoridades devidamente instituídas, porque se julga superior; sendo assim, as tratam sem qualquer distinção honrosa e sem consideração às atribuições próprias dos cargos ou posições que ocupam;
05. A soberba é competitiva e não admite que outras pessoas tenham os melhores argumentos, resultados, benefícios ou oportunidades, por isto questiona as intenções delas quando não investe na destruição das suas reputações, principalmente em ambientes sigilosos e às costas, porque precisa provar para si, a todo instante, que é mais capaz ou que está sempre com a razão;
06. A soberba é centralizadora, não abre mão de estar em evidência, se alimenta do excesso de atenção no uso das suas habilidades e quando lhe falta, se dedica em desqualificar os dons daquele que a ameaçam ou a criar polêmicas, para se manter no centro. Nada lhe perturba mais que o anonimato contra o seu individualismo ou personalismo;
07. A soberba é manipuladora, não admite ideias ou decisões contrárias aos seus anseios e age nos bastidores para realizá-los de qualquer modo, assim, administra suas relações tentando usar as pessoas como “peças de tabuleiro”, com o fim de se estabelecer acima de todos;
08. A soberba é o princípio da falsa religião, ela tenta justificar o crescimento pessoal, adotando sutilmente meios pecaminosos, e argumenta que o resultado a ser obtido é o que compensa qualquer prejuízo moral nos relacionamentos;
09. A soberba se alegra diante do fracasso dos outros tanto quanto se entristece com o sucesso deles, revelando-se com falsa piedade ou falso moralismo, agindo com insensível trato da dor e alegria alheias;
10. A soberba não serve, exige ser servida; cobra mais que incentiva; critica mais que elogia; evita agradecer; é impaciente para ouvir e se irrita quando sua fala é interrompida. Ela não declara isto publicamente, mas as suas relações evidenciam a crença de que é superior e, portanto, espera que os outros façam o que ela deveria fazer.
Estas e outras razões nos ajudam entender que a soberba é altamente corrosiva para o coração que a carrega e para o comportamento que ela orienta, não produz paz, não edifica e não torna uma pessoa melhor, por fazê-la acreditar que é melhor.
A soberba é pecado, enfraquece a comunhão com Deus, é contrária a boa fé, arruina relacionamentos, ostenta futilidades, humilha pessoas humildes, ignora necessidades alheias, se alegra nas faltas dos outros, é viciada em criticar e só produz frustrações pessoais.
Certa vez Tiago e João expressaram o interesse de assumirem posições superiores aos demais discípulos, na futura e gloriosa revelação de Jesus. Tal interesse provocou uma discussão entre eles, até que Jesus os corrigiu, dizendo:
“... quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10:43-45).
Jesus deixou claro que o Reino de Deus é pautado por valores mais altos, onde o que serve e se humilha a favor do bem do outro é o que ocupa o primeiro lugar, mesmo quando esta prática envolva desprezo e falta de reconhecimento.
Como todos nós, os discípulos precisavam entender que não existe glória na soberba, mas na humildade, observando como o próprio Senhor a si mesmo se humilhou, assumindo a condição de um servo, no plano de resgatar homens escravizados pelo pecado, inclusive do da soberba. Precisavam entender que a soberba esconde grandes abismos à sua frente, tornando a queda, nas suas mais variadas experiências e significados, inevitável, ainda que, por um breve tempo, leve a pessoa a se gloriar e a confiar na sua vantagem.
Pr. Ericson Martins
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